Hoje falei pelo msn com o Zépa, apelido do José Paulo, amigo querido que vi crescer, hoje ele já é papai do Edgard, um menino que também promete musicalmente. digo também promete porque me lembro do Zépa fazendo som em latas de tinta, solventes e colas na oficina de marcenaria de seu pai. Hoje ele é um baterista extraordinário, muito bom.
Ter falado com ele me remeteu à minha infância, terreno onde se plantaram as sementes de muitas coisas que cultivo até hoje, entre elas o gosto pela musica, em especial o jazz, essa linguagem tão rica e vasta que pode abarcar tudo, quer dizer, quase, não imagino um musico de jazz usando temas de funk carioca em jam sessions, não seriamente.
Ninguém me apresentou o Jazz, eu o conheci como conheci meus primeiros amigos de infância, como conheci meus primos, ele estava lá como trilha sonora das brincadeiras que eu fazia na sala da Dona Maura, mãe do Zépa, estava lá ao lado do Jorge Ben, antes de ser o Benjor; Cama de Gato; Celso Pixinga; Cassiopea; George Benson; entre outros.
Talvez por isso, quando me pedem uma dica para quem está interessado em começar no Jazz eu recorra sempre à minha primeira memória e diga Spyro Gyra, o LP Three Wishes era tocado todo dia pela manhã quando eu chegava, por solicitação minha claro. A essa altura Dona Maura já não cuidava de mim, eu já era membro da família, como ainda me considero, e ela me deixava lá ouvindo aquele "disco" mesmo enquanto alguns da casa dormiam.
Daniel Daiben, da Sala dos Professores, da rádio Eldorado, recomenda que se comece a ouvir jazz pelos cantores de jazz, e eu concordo, se voce se apaixonar por Billy Holliday, ou Ella Fitzgerald, Mahalia Jackson, ou Nina Simone, com certeza o jazz te pegou. Mas se quiser começar pelo instrumental, recomendo o fusion da década de oitenta apresentado pelo Spyro Gyra.
Spyro Gyra, Eu Adoro Isso Cara!